Crítica do Mês | O Corcunda de Notre Dame (1996)

Numa escolha bem carnavalesca, a nossa Crítica do Mês de Fevereiro é "O Corcunda de Notre Dame", como não poderia deixar de ser!


Título original:
The Hunchback of Notre Dame

Data de estreia internacional:
21 de Junho de 1996

Data de estreia em Portugal:
26 de Novembro de 1996

Duração:
91 min

Realização:
Gary Trousdale
Kirk Wise

Produção:
Don Hahn

Argumento:
Victor Hugo (Livro)
Tab Murphy
Irene Mecchi
Bob Tzudiker
Noni White
Jonathan Roberts

Elenco original:
Tom Hulce
Demi Moore
Tony Jay
Kevin Kline
Paul Kandel
Jason Alexander
Charles Kimbrough

Banda-sonora:
Alan Menken

Orçamento:
$100 milhões (dólares)

Lucro de bilheteira:
$325,338,851 (dólares)



Crítica

"O Corcunda de Notre Dame" é, sem dúvida, um dos projectos mais arriscados em que a Disney alguma vez pegou, mas, para o bem de todos, não podia ter sido mais bem entregue. Gary Trousdale e Kirk Wise já nos tinham surpreendido com "A Bela e o Monstro", portanto seria de esperar a Disney voltasse a apostar na dupla, mas, desta vez, a responsabilidade era outra.



Esta obra de Victor Hugo, um dos maiores clássicos da literatura, que data de 1831, decorre em Paris, no século XV, e fala-nos da história de uma esbelta cigana, Esmeralda, que se vê perseguida por Claude Frollo, uma importante figura da igreja de então. Frollo, que vive no dilema entre atracção e o pecado, tem a seu cargo o sineiro Quasímodo e a ele ordena que rapte a jovem rapariga, que acaba por ser salva por um bando de arqueiros comandados pelo capitão Phoebus de Châteaupers. Esmeralda e o capitão apaixonam-se, mas Frollo apunhala-o e culpa a jovem, que recusa entregar-se. Esta é sentenciada à morte, sendo salva por Quasimodo. Frollo não desiste e ordena buscas de forma a encontrar a rapariga. Quando encontrada, desta vez a sentença é fatal e Quasimodo vinga-se do padrasto.

A versão da Disney não foge muito à de Hugo. É, naturalmente, suavizada, mas não deixa de ser o clássico mais adulto e um dos mais sombrios que alguma vez realizaram, e a este risco acresce a responsabilidade.


É difícil apontar defeitos graves ao resultado final. Aos mais pequenos, "O Corcunda de Notre Dame" consegue fascinar com uma delicadeza subtil bastante rara, pelas suas personagens cativantes e carismáticas, pelas suas deslumbrantes e inspiradas canções da autoria do veterano Alan Menken e pelas suas cores e cenários tão bem concebidos; e, aos olhos dos adultos, é um despejar de uma brutalidade singular, pois narra uma história cruel e, no entanto, bastante realista, que desvenda a hipocrisia e a falsidade inerentes na Igreja e naqueles que a representam, algo que, não raras vezes, fazemos por esquecer.

Mas como não só disso vive o filme, temos o inevitável romance, desta vez um pouco diferente, bem ao estilo de tudo o que resto. Aqui, o herói não fica com a rapariga. Pretendeu-se antes mostrar um lado mais realista, não desleixando contudo a fórmula do felizes para sempre, deixando-nos, ainda assim, com um sorriso rasgado pelo final atribuído a Quasímodo.


"O Corcunda de Notre Dame" é uma das obras mais incompreendidas da Disney, talvez porque ser aquela que mais obriga a um olhar diferente, um olhar adulto. Aqui não basta olhar, é preciso ver, e é aí que esta história triunfa e faz de si um dos melhores filmes da Disney.
Classificação: 4,5 em 5

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1 comentários:

concordo, não haja dúvida, um dos melhores filmes de sempre que a Disney produziu, é o meu preferido sem dúvida. :)

Anónimo
9 de outubro de 2012 às 16:43 comment-delete

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