Personalidade do Mês | John Lasseter
A segunda edição da Personalidade do Mês transita do mestre Disney para o mestre Pixar, que é como quem diz: John Lasseter. Não é só um animador, não é só um produtor, não é só um director...é, acima de tudo, uma mente brilhante que vais querer conhecer!
Actualmente é um dos nomes mais aclamados não só da Disney/Pixar, mas também de toda a indústria cinematográfica, com direito, até mesmo, a uma estrela no passeio da fama. Mas nada lhe caiu do céu, muito pelo contrário, e é no seu percurso alucinante que reside o grande interesse da sua história.
Janeiro de 1957 marca o seu nascimento e desde cedo Lasseter desenvolveu duas paixões: a animação e os vinhos, negócio de família. Com uma garra estonteante, e embalado pela actividade profissional da mãe, ligada às artes, John desenvolveu o gosto pelo design e apoiou-se no Californian Institute of Arts, sendo ensinado por três veterantos da Walt Disney Company: Eric Larson, Frank Burgess e Ollie Johnston.
O primeiro passo para a entrada na Disney foi um trabalho no parque temático da Califórnia. Pouco tempo depois, a oportunidade bateu-lhe à porte, e foi então que pôde ocupar um cargo no departamento de animação da Walt Disney Feautre Animation. O resultado: por mais incrível que pareça, não foi o melhor. Não foi o pior, é certo, mas também não foi aquilo a que se chama mar de rosas: após o lançamento de 101 Dálmatas, as produções caíram num ciclo rotineiro algo limitativo para um jovem que recém-formado que ambicionada por criatividade e inovação. A resposta às suas preces chegou entre 1980 e 1981, com as primeiras técnicas de animação computadorizada, facto que só algum tempo depois iria valorizar como potencialidade incrível no mundo da animação. Assim nasceu a ideia do 3D e da sua interactividade ainda por explorar.
A ambição era gigante mas a margem de erro não lhe permitia embarcar em grandes projectos logo de início. Dessa forma, e em conjunto com Glen Keane, conhecido animador também da Disney, optou por algo semelhante a uma curta metragem: “Where the Wild Things Are?” foi a cobaia de serviço e o resultado mostrou-se surpreendente. Estava concluída a primeira etapa no longo percurso em busca de um novo género de animação, e o futuro afigurava-se já risonho.
No entanto, como em tudo na vida, as portas podem não se abrir à primeira tentativa e, neste caso, foi precisamente o que aconteceu. Embrenhou-se num novo projecto conjunto com Keane e Thomas L. Wilhite, o qual foi recusado, o que culminou na perda do seu emprego. Mas a luta continuava e a paragem seguinte foi a Lucasfilm, com Ed Catmull, na produção da primeira curta-metragem totalmente animada por técnicas computadorizadas, “As Aventuras de André e Wally B.”. Os dados estavam lançados e, em tempo de progressos, já se pensava no passo seguinte: em 1995, Toy Story foi catapultado para o palco da fama com uma rapidez inimaginável.
Foi somente após este estrondoso crescimento que as garantias chegaram: Steve Jobs adquire a Lucasfilm, investe nela e transforma-a na Pixar que hoje conhecemos. De lugar conquistado, Lasseter tornou-se no génio deste novo estúdio que nascia, e instalou-se, confortavelmente, no privilegiado lugar de produtor executivo de tantas outras produções de sucesso como Toys Story 2 e 3, Uma Vida de Insecto ou Carros.
Apesar de trabalharem em conjunto antes desta data, só em Abril de 2006 é que os caminhos da Disney e da Pixar se juntam definitivamente. A primeira compra a segunda e, com toda esta reviravolta, Lasseter retorna ao ponto de partida, ainda que numa melhor posição. A consequência foi o acumular de funções, nomeadamente as de chefe do departamento criativo tanto da Disney como da Pixar, e as de consultor criativo da Walt Disney Imagineering. Não obstante a junção dos dois estúdios, o facto é que nenhum deles perdeu a sua identidade: trabalham juntos, é certo, mas cada um mantém a sua essencia, o que foi uma felicidade para Lasseter.
Com uma experiência vastíssima, este homem acrescenta ao curriculo o desempenho como produtor executivo em filmes de animadores estrangeiros, nomeadamente Hayao Miyazaki e comprova que todo o sucesso é fruto de um esforço inabalável aliado ao trabalho ininterrupto. E se há coisa que comprova a veracidade do seu êxito, ela revela-se num só nome: prémios.
· Dois Academy Awards pela cuta-metragem Tin Toy
· Special Achievement Award por Toy Story
· Nomeação na categoria de Animated Feature com Carros e Monstros & Companhia
· Nomeação na categoria de Original Screenplay com Toy Story
· Nomeação na categoria de Curtas-Metragens com Luxo Jr.
· Selecção da curta-metragem Knick Knack como uma das melhores de todos os tempos
· Leão de Ouro (Lifetime Achievement) pela inovação da animação contemporânea
· Winsor Mccay, por contribuições para a arte da animação
· PGA Award (lifetime achievement in motion pictures)
· Britannia Award, pela contrubuição para o entretenimento mundial
· ...
A verdade é que a sua lista de conquistas é vastíssima e somente estes exemplos já são suficientes para dar conta do extraordinário profissional em que se tornou. Considerado uma das personalidades mais influentes do mundo, o homem que acredita que produzir é encantar, leva à letra as suas convicções e consegue espalhar, pelos quatro cantos do mundo, uma forma moderna de magia capaz de deslumbrar à primeira vista.
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